Humana ilha
Insignificante e invisível criatura
Eu assim nua no espaço solta
Implorando mais da ausência tua
Que aos gritos me deixa insana e louca
Precisava me envenenar com tua saliva
Para que sumisse de vez da carne cela
Nada quero além de navegar incógnita
Nem quero do amante qualquer trela
Sentir no dorso esquálido e torto
A chibatada do real desprezo em vida
Nasci tarde e agora canto o abandono
Daquele de quem minha alma é cativa
Maldita seja também essa alma
Que me apavora e ainda insiste em ser
Numa constante hora em que nada se habilita
Prefiro o estado em que me permito viver
Em algum lugar no mar totalmente líquida