Ressurgência
Te convido a me querer
Meu corpo é mar agora
Rema nas ondas enfurecidas
Afoga a saudade escondida
Meu azul pode ser teu céu
Tempera teu corpo com meu sal
No dorso do dia escorregar sem pressa
Nas mãos do tempo coloca o beijo
Canta baixinho aos pés da areia
Declama Pessoa ou Quintana
Escute sereno o canto da sereia
Beije a brisa atrevida que veio
Depois que o sol secar meus cabelos
Molhe meu corpo sedento de amor
Seja o corsário solitário dessa aventura
Entre garrafas jogadas e bandeiras rasgadas
Provoque Netuno, dance comigo
No balanço das ondas vagabundas
Que afloram das profundezas
E depois quando acordar sozinho
Valeu a pena o sonho sonhado
Valeu a pena nem ter acordado
Enquanto eu volto a subsidência