Ressurgência

Te convido a me querer

Meu corpo é mar agora

Rema nas ondas enfurecidas

Afoga a saudade escondida

Meu azul pode ser teu céu

Tempera teu corpo com meu sal

No dorso do dia escorregar sem pressa

Nas mãos do tempo coloca o beijo

Canta baixinho aos pés da areia

Declama Pessoa ou Quintana

Escute sereno o canto da sereia

Beije a brisa atrevida que veio

Depois que o sol secar meus cabelos

Molhe meu corpo sedento de amor

Seja o corsário solitário dessa aventura

Entre garrafas jogadas e bandeiras rasgadas

Provoque Netuno, dance comigo

No balanço das ondas vagabundas

Que afloram das profundezas

E depois quando acordar sozinho

Valeu a pena o sonho sonhado

Valeu a pena nem ter acordado

Enquanto eu volto a subsidência

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 09/01/2015
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