Tragédia Negra
A guerra, em si mesma,
São duas: a vontade
De vencer - o medo da derrota.
E nesse confronto
De idéias absurdas,
O absurdo gera o caos
Que por si mesmo gera
A guerra interior.
A paixão primitiva
Tão terrível permanece,
E tece a tônica do ódio,
Farpa inefável
Da tragédia negra,
Que varre a vento largo
Os aliados da ambição,
Restando um rastro de cinzas.
A consciência, por si mesma,
É única: a energia
Que vence os conflitos.
E nessa convicção
De ideias vívidas,
A vida gera a harmonia
Que por si mesma gera
A paz interior.
(Maurício Apolinário)