O JARDINEIRO
Quando olho pra você
e seus olhos dentro dos meus
se movem na calma aflitiva
na solidão de um retrato
eu sinto a memória
Quando olho os seus olhos
é para encontrar o espelho
dessa borboleta estranha
que na loucura intensa
se refugia nas flores
Eu sinto os passos lentos
do vento buscando refúgio
na sombra da casa de ventos
que um jardineiro feliz
se recorda
Eu sinto esse peso da calma
de olhos afogados na memória
na matiz de um retrato infeliz
que dentro dos olhos
são só lembranças
Quando olho pra você
nossos olhos se abraçam
e os ventos sopram as flores
do jardim dessa casa
que guarda o retrato
de um jardineiro