A BALSA AMAZÔNICA (A epopeia proibida aos homens)

Eu quero poder lhes contar algumas historias

Que se perderam há séculos nos pântanos da Amazônia

Alem das arvores e rios desconhecidos

Onde havia índias a procura de prazer carnal

Europeus chegavam cheios de desejo erótico do alto mar

Torturando os índios que andavam nus

Como o Deus do universo os criou

Alguns viram uma coisa brilhante

Diziam ser uma luz cósmica

Que pairava lentamente na floresta

Deixando todos que viram assustados

Não era luz da lua

Era um prato brilhante que rodava no ar

Girando sob as nossas cabeças

Deixando o cérebro entorpecido de cansaço

Atravessamos o mar e construímos milhares pirâmides

No meio das pirâmides colocamos olhos para verem tudo que acontece

Tudo em honra as divindades que nunca existiram

Pois chegamos a terra onde o primeiro faraó morreu

Lá naquele lugar desconhecido que parecia ser a prometida Atlântida

Havia muitos corpos flutuando na água

Cadáveres agonizantes

Crianças com um sorriso diabólico

Que nunca foram pra escola

Agora estão mortas

Uma dama com saia de ferro

Caminha sob os parapeitos do cemitério judeu

Seduzindo os mortos

A provarem da sua carne impura

Uma carne proibida

Como de uma deusa suína

O diabo da gargalhada lá embaixo

Os negros sedentos urram na floresta

Querendo Fazer um bacanal, uma festa

Estamos tontos

Bêbados com o vinho dos deuses

Estamos iludidos e sofridos

Estamos alucinados com acido

E tão imaculados

Descobrimos uma nova língua

Uma língua perdida

Por uma tribo

Que pelas areias do tempo foi engolida

Oh, homens pagãos!

Ergam seu rosto aos céus

E vejam europeus chegando nas grandes balsas

Com o rosto coberto por um chapéu

O dia da glória está distante

Enquanto estamos agonizando

Estamos tão eufóricos não temos noção de a vida já está acabando

O que somos, senão meros humanos

E somos gotas de espermas

Que jorraram sob a terra

Eu quero poder lhes contar algumas historias

Que se perderam há séculos na Amazônia

Enquanto a humanidade só quer falar blasfêmias

Comemorar a derrota do Deus

O mesmo pai de Cristo

Que vagou e vagou por quarenta dias e noites faminto

No seu solitário exílio

Enquanto estamos aqui completamente extasiados

E nosso espírito está provando o mais cru pecado...

Mauricio Rocha
Enviado por Mauricio Rocha em 26/12/2014
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