A ESCOLA MARIA
Escola Maria, mãe dos órfãos do sistema.
Um corredor aguarda os discípulos
Lições em sinfonia
A educação é o lema
Um educando, antecipa a mão, mendigando um pouco de esperança.
É o menino do olho brilhante
A pupa na metamorfose errante.
Maria acolhe e faz acontecer.
Na sala das línguas, as fadas letradas
anunciam em rima o soneto alvorecer
Em outra sala, o menino inquieto.
Persegue as formas geométricas com régua na mão
Brincando com triângulos, descobre o número três.
Os matemáticos riem, um número desnudo.
Incompatível com a sua precisão
Segurando o menino pela mão
Um cordado o leva para a sala das ciências.
Joaninhas que parecem fuscas pequeninos,
São artrópodes aprendidos pela imaginação
Do lado de fora,
a geografia explícita em relevo
Planícies, serras e montanhas
Em lição, o menino aprende que abaixo do Equador o sofrimento é latente.
História com sua sabedoria
Em momento de êxtase
Expõe os grandes imortais
E o menino repleto de alegria
vai abandonando o casulo da ignorância.
Inglês já não é mais barreira,
literatura abraça Manuel Bandeira,
religião vira religiosidade,
que em ética adorna uma feliz liberdade.