Inusitado sonho
Fui em busca de nada
Estava cansada de tudo
Não conhecia a estrada
Tudo parecia absurdo
Hoje escrevo a história
De um dia que não foi
Uma novela surreal
Sinto como se eu fosse
Um desenho borrado
Na folha branca do caderno
Pela borracha da vida apagado
O último gole do vinho
Que ninguém ainda bebeu
O nada do saciado
Que de tudo provou
E mesmo assim não viveu
Quando o sol vai embora
Fica o raio que se perdeu
As gotas da chuva que caiu
No imenso vazio da manhã
Aquela vontade morta
Que ficou presa no olhar
Do bêbado que não bebeu
As flores do campo que não recebi
O cheiro do dia que imaginei
As frases que eu queria ouvir
Antes do adeus que não pronunciei
Eu era um imenso e gigantesco nada
Diante do insignificante tudo que imaginei