Relógios Infectados.
Relógios Infectados.
Que noite longa esta noite
Que até parece ser infindável,
Relógios parados nos corredores
E noticias nada agradável.
Uns passam com seus carrinhos
De lixos e expurgos carregados,
Restos que já não servem mais
E que depois serão queimados.
Um entra e sai de doutores
Vestindo seus brancos aventais,
Frios, semelhante a pedras
Por emoções que já não sentem mais.
E nos muitos leitos moribundos
Em seus rostos estampada a agonia,
O coração acelerado, um fino fio de vida
E os relógios parados; será noite ou será dia?
E ninguém soube explicar-me
Esse mistério escondido,
Ah! Agora eu sei; foi uma infecção hospitalar
E todos os relógios perderam o sentido.