Vida louca, vida
Ter a sensibilidade apurada
é meio complicado,
assim como um dente
sem a proteção do esmalte,
sob o impácto da água gelada,
só que nesse caso,
não se trata de cárie
ou de má escovação
e sim de vocação.
E lá se vão nossos ídolos.
Alguns com a aspereza do Agenor
e é claro que usava um pseudônimo
como cantor
e outros com a leveza
de um certo Renato,
cujo retrato,
guardo em minha mente
e em meu coração.
E se foram e se vão,
assim como também iremos.
Talvez com menos pompa,
como a ave tonta
logo após a estilingada.
O exorcista não expulsa o diabo.
Primeiro, o traz para si,
para depois decidir,
o que fazer com ele.
Ter a sensibilidade apurada
é muito complicado,
como o pára-raio
ou como serpentes no balaio
e distante do Butantan.