O AMOR (?)
O amor
(essa estranha melodia,
tantas vezes ressoada entre anjos-idílicos
e pássaros-apocalipse)
costuma se escorrer
em ilusões dementes (a esfaquear o tempo
para abrir faustos e falsos
infinitos)
e em poderosas palavras
voláteis (a estuprar silêncios e sombras
com etéreas tremeluzências
vagas),
com um fulgor tal que,
quando ele se depara com a dura
realidade das pedras
e dos abismos,
sobram tão somente
tristes e angustiantes lamentos, em meio
os intrínsecos e vazios
desertos.
Péricles Alves de Oliveira