O AMOR (?)

O amor
(essa estranha melodia,
tantas vezes ressoada entre anjos-idílicos
e pássaros-apocalipse)

costuma se escorrer
em ilusões dementes (a esfaquear o tempo
para abrir faustos e falsos
infinitos)

e em poderosas palavras
voláteis 
(a estuprar silêncios e sombras
com etéreas tremeluzências
vagas),

com um fulgor tal que,
quando ele se depara com a dura
realidade das pedras
e dos abismos,

sobram tão somente

tristes e angustiantes lamentos, em meio
os intrínsecos e vazios
desertos.

Péricles Alves de Oliveira
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 18/11/2014
Reeditado em 18/11/2014
Código do texto: T5039769
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