FISSÃO NUCLEAR

Aqueles olhos atômicos

em asas de borboletas

feito substratos de mônadas

beijaram-me, na intra-partícula

da subjetividade objetiva

contrapondo à matéria

da ultra sonoridade

de um mistério

Fiquei apaixonado

por uma borboleta azul

que no jardim frenético

das ilusões perdidas

pousou na poça d'água

que diluiu a matéria

da minha memória

inextinguível

Agora, eu lembro disso

daquilo e dos encantos

dos cantos e das cantigas

em quadrados forjados

de círculos invertidos

que minha vontade

transforma em cíclica

desesperança

Outro dia e, mais outro

esqueço a janela aberta

é tarde para cantar o amor

é cedo para abrir o jardim

é nunca para sempre

nesta saudade

que sempre traz

a borboleta azul

e seus olhos

subatômicos