não canso de acalmar o ventre das palavras

lançam chamas ]

as palavras

mesmo quando lançados ventos bravios

das trevas que beiram margens

noturnas vozes

dilaceram o tempo

que se posta

para sossegar a tempestade

que deixastes nas nervuras dos lençóis

onde areal lunar se amontoou de um rompante quando a deusa

cheia de prata e ilusão

caminhou afrodisíaca.

em negrito

gritos escorraçam dos

cantos das lembranças

marcas sobreviventes do vendaval

[mas... ]

o mar em branco vibra

a dor da carência

e seus alimentos tremem

querendo satisfazer

e não canso de acalmar o ventre das palavras,

sossegando-as pra não seguirem em direção

ao pulsar frenético das lonas madrugais

delineando teu olhar profundo

distante

mas os passos ébrios

dos versos não retenho

porque

nada se empareda

para escorar um arranhão

que não seja

somente saudade.

MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 24/10/2014
Reeditado em 05/08/2016
Código do texto: T5010819
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.