não canso de acalmar o ventre das palavras
lançam chamas ]
as palavras
mesmo quando lançados ventos bravios
das trevas que beiram margens
noturnas vozes
dilaceram o tempo
que se posta
para sossegar a tempestade
que deixastes nas nervuras dos lençóis
onde areal lunar se amontoou de um rompante quando a deusa
cheia de prata e ilusão
caminhou afrodisíaca.
em negrito
gritos escorraçam dos
cantos das lembranças
marcas sobreviventes do vendaval
[mas... ]
o mar em branco vibra
a dor da carência
e seus alimentos tremem
querendo satisfazer
e não canso de acalmar o ventre das palavras,
sossegando-as pra não seguirem em direção
ao pulsar frenético das lonas madrugais
delineando teu olhar profundo
distante
mas os passos ébrios
dos versos não retenho
porque
nada se empareda
para escorar um arranhão
que não seja
somente saudade.