Névoa

Chegou lentamente .

Esbranquiçando tudo.

Lentamente as nuvens pousam.

E, tirou o concreto diante de nós

As imagens desaparecem e só resta a luz.

Aviões estão às cegas.

Carros estão lentos tateando o caminho.

Pessoas andam cautelosamente

Pois tudo é memorizado e imaginado

Mas não está posto e evidente.

O sol fugidio perfura com seus raios a névoa

De forma cirúrgica e cuidadosa.

Pois já havia uma luz em espera.

Então o tom de prata e gris

Vai aos poucos se tornando de ouro e amarelo

As cores revisitam o viço.

As formas revisitam o limite.

E, os conteúdos florescem.

Não numa primavera qualquer.

Mas na floresta densa dos

corações humanos.

Lá fora por debaixo da névoa

Há uma selvageria implícita.

Há rumores e culpas que se expiam

Vige a certeza do abstrato inserido no concreto.

Parte de nós é névoa...

Outra parte é o céu infinito

Que concretamente nos abriga e consola.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 15/10/2014
Código do texto: T4999717
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