Equação do Sagrado

Eu não sei andar sem olhar o firmamento
Meu primeiro sonho foi um pesadelo
Deus desmoronava nas sedas do espaço-tempo...

Meu primeiro sonho foi um pesadelo
voava sem ter asas, via a madrugada e sentia medo
Estrelas contavam-me segredos...
Deus era um silencio profundo
uma ausência em tudo e em todos
aqui e no recôndito mais oriundo

Se eu temia ao dormir
Ao acordar sentia saudade
Liberdade é tudo o que vi...

Mas o que vi?
Não sei...
Sei o que senti...

Alguém perguntava-me:
Onde contemplas Deus?
Eu respondia:
Em parte alguma, se ele existe é um Breu...

Zombei de profetas
Pois o criador que anunciavam
era pequeno diante a criação

Até que percebi que Deus era vislumbrado
Pelos olhos da humana emoção...
Por isso não nasci para o mundo
encontrei o Arquiteto no Breu
Emocionado me perguntava se via Deus
e hoje posso responder:
- Sim, Em tudo que posso e não posso ver...

Na grandiosidade da matéria
na ousadia do homem que observa estrelas
que busca outros mundos...
No professor que aprende pra ensinar
no homem que estuda pra curar
no que arrisca a vida pra salvar...

O vejo existindo em toda parte, em todo lugar...
Menos nas folhas de livros sagrados
onde vejo o homem existindo em seu pleno torpor
de fazer do mais fraco escravo!

E assim, sem ser do mundo, eu vou...
Desenvolvendo minha fé sem temor
abraçando uma arvore e tocando deus sem tremor...
Eu não vejo o Criador na vingança...
e se o impalpável é incompreensivo
e o material parece violento
É porque não entendemos seu amor...
Somos mestres da dor e não do alento

Contudo...

Estamos aprendendo
E aos poucos entenderemos
Que nós somos deuses animando o universo físico
Aos poucos veremos e saberemos
que o Criador existe dentro de nós e não mais iremos buscá-lo
renegá-lo, ou vesti-lo de crueldade
Simplesmente seremos a variante que falta na equação da deidade...
Noah Aaron Thoreserc
Enviado por Noah Aaron Thoreserc em 23/09/2014
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