Quem é ela? A "inspiração" Interação: F Santos.

E lá vai a louca todos diziam

Pendurando poesias nos varais

Catando estrelas que caíram na madrugada

Se misturando aos boêmios e românticos

Com seu vestido azul que todos conheciam

Ela saltitante e feliz em sua doce loucura

Descia rua a baixo e dizia: bom dia criatura!

Como que quisesse acordar os dorminhocos

Sorria como se a vida fosse só luz e dia

Preparava-se para a noite como o orvalho

Se perfumava com ervas do quintal

Pegava seu sorriso mais banal

E seguia cantando mais uma melodia

Roubava rosas descartadas pelas namoradas distraídas

Enfeitava-se com o brilho das estrelas, que saída?

Cambaleava como bêbada na calçada

Cantava desafinando o tempo todo

Mas quem prestava atenção na bêbada da lua?

Aquela que escrevia nos muros a saudade

Aquela doida que distribuía sua vontade

Aquela que ainda vive por descuido

Sem saber que deixou atrás de si a porta aberta

E não tem pra onde ir ou a quem amar

Sem perceber que é invenção de um poeta

Segue presa nas rimas e diz que é dona

Do coração de quem escreve belas poesias

Se sente assim estranhamente acompanhada

Dos fantasmas que criou durante o dia

E adormece sozinha nos braços da madrugada

F SANTOS

Vamos sim, contar estrelas

Na madrugada em que a poesia

Em mim se fez

Vamos seguir pelas ruas do infinito

Abrir o peito, soltar o grito

Colher flores pelos jardins dos astros

Que deles roubarei o amor

E te darei como prenda minha.

Ana Maria de Moraes Carvalho e F SANTOS
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 17/09/2014
Reeditado em 20/09/2014
Código do texto: T4965475
Classificação de conteúdo: seguro