Quem é ela? A "inspiração" Interação: F Santos.
E lá vai a louca todos diziam
Pendurando poesias nos varais
Catando estrelas que caíram na madrugada
Se misturando aos boêmios e românticos
Com seu vestido azul que todos conheciam
Ela saltitante e feliz em sua doce loucura
Descia rua a baixo e dizia: bom dia criatura!
Como que quisesse acordar os dorminhocos
Sorria como se a vida fosse só luz e dia
Preparava-se para a noite como o orvalho
Se perfumava com ervas do quintal
Pegava seu sorriso mais banal
E seguia cantando mais uma melodia
Roubava rosas descartadas pelas namoradas distraídas
Enfeitava-se com o brilho das estrelas, que saída?
Cambaleava como bêbada na calçada
Cantava desafinando o tempo todo
Mas quem prestava atenção na bêbada da lua?
Aquela que escrevia nos muros a saudade
Aquela doida que distribuía sua vontade
Aquela que ainda vive por descuido
Sem saber que deixou atrás de si a porta aberta
E não tem pra onde ir ou a quem amar
Sem perceber que é invenção de um poeta
Segue presa nas rimas e diz que é dona
Do coração de quem escreve belas poesias
Se sente assim estranhamente acompanhada
Dos fantasmas que criou durante o dia
E adormece sozinha nos braços da madrugada
F SANTOS
Vamos sim, contar estrelas
Na madrugada em que a poesia
Em mim se fez
Vamos seguir pelas ruas do infinito
Abrir o peito, soltar o grito
Colher flores pelos jardins dos astros
Que deles roubarei o amor
E te darei como prenda minha.