Diálogo do etílico pai que eu queria ter
Melgaço, 04 de setembro de 2014.
“Uma onça me estranha
Tão estranha-mente
Um corpo cai
Assim lenta-mente
Segredos severos
De quem a mente trai
Apenas flutua
De tão vaga-mente
Olhar bem distante
E sincera-mente
Não conto o sigilo
Que guardam as pessoas de tudo
Aparente sorri Robin Williams
Num espelho sim
Do outro lado a soma dos medos
Dizia não, dizia não
Aposto no cinco
Que marcada-mente
Rebate no três
Que rápida-mente
Imagino o seguir
Esferas passando na mesa
Levando consigo a mente
A moça no canto
Esquisita-mente
Fugia de todos
Tão gulosa-mente
E vejam dali
A luta eterna travada
No vai-e-vem do que é a mente
Na tua frente rebelde é o cantor
Cheio de si tem
Mas não passa daquela criança
Que chora pela mãe, cadê sua mãe?”
Embriagado de mim
Que vivo só-mente
Escrevo apressado
Paradoxal-mente
Eu quase bebi
Do pai etílico da estrada
As doces férias da mente