O MAR DOS OLHOS

No rio dos olhos

a correnteza fria

confunde-se com o mar

de sal e acidez

aberto ao ar

de gota em gota

rarefeito

Todo, todo, todo azul

desmanchado em melanina

colorindo os pensamentos

da acidez desses olhos

abertos na correnteza

que de gota em gota

torna frio esse mar

confundido

Confunde-se mar aberto

com a gota desses olhos

tão rarefeitos no azul

da frieldade desse sal

que compõe a correnteza

e arrasta pensamentos

fechados na acidez

de tantos rios

insatisfeitos

Toda, toda a poesia

nesses olhos tão frios

cheios de mares salgados

de correntes confusas

em pensamentos ácidos

arrastados pelo ar

de gota em gota

em rios

malfeitos

Nas águas desse rio

a correnteza é tão salgada

a acidez é tão fria

e o pensamento é tão farto

que em mar aberto

confunde-se solidão

com gota de sal

e saudade