Poeira lírica
Qual a parte do infinito
que você ocupa?
Qual é a parte do tropeço
que lhe levou a cair?
Cair no fundo do silêncio
onde as palavras morrem
onde os signos estão
de lutos.
Qual é a parte do desejo
que é mistério?
qual é a parte do prazer
que é dor e cortejo
Qual é a parte do bilhete
que a rima desponta?
E a mensagem geme
Qual é a porta
que abre o que está
eternamente fechado?
Punhos fechados.
Cerro de censura.
Qual é parte
que é o seu todo?
Mas é o átomo
para o universo....
Imerso numa galáxia
leitosa e branca poeirenta.
Qual é a ínfima matéria
que diz tanto e tudo sobre
a combinação genética,
a conjuminação de fatos
históricos ou narrados?
O palpável é e está
disperso e abstraído
de contundências...
é visível apenas aos sentidos
e aos sentimentos
refinados.
No mais,
estamos todos
navegando num
feudo mental
equivocado na
linha do tempo e
do espaço.
Estamos apenas
com uma parte
de um todo ignorado
e talvez nunca será
conhecido.