Um sacode
Descabelado
Aturdido
Correndo
Pulando cercas
Jogando laço no cometa
Cometendo barreiras
Na porta do dia
Quebrando tudo
Caindo tudo
Tudo sorvendo
Feito sol no asfalto
que desfigura a pedra
que corrói o retrato
É show
É chove-não-molha
É cola
Escola que queima
o resto da pólvora
Que quando queima decola
Que esfola
o céu da boca
Feito pastilha de menta
Quem é que disse
Que esquenta as orelhas
mas aguenta
Assim seria
O dia que traria
Trezentos ou mais
sonhos distantes
Pra que o dia nascesse
com sono e cansado
E parasse o trânsito
dormindo ao volante