Vidas passadas
Tão insensato este mundinho
Onde deveras sinto a escuridão rondar.
Às vezes visto o manto da alegria,
Só pra ninguém me ver sangrar.
Aquelas vozes,
Naquele tempo...
Sinto-me uma alma secular.
Relembrando velhos momentos,
Que em outras vidas não irei lembrar.
As verdes gramas,
Velhas ferrovias...
Perdidas no alto, ainda no verão.
Mas mesmo o frio
Aquele sem escrúpulos
Faz-me tremer em meio à solidão.
Nefastos sonhos!
De qualquer maneira...
Será que ainda asco eu irei sentir?
De ver sangue em meio às campineiras,
De corpos quentes que habitei aqui.
Paradisíaco, porém, sombrio!
Aqui perambulou um dia minha matéria.
E hoje em dia,
Sem nenhuma entonação,
Rimo as cenas dessa vida velha.
Cicatriz antiga...
Véspera da vida,
Que ainda vivo hoje neste lugar,
Não muito mudada,
Não muito vivida...
Apenas mais uma jornada,
Imposta à minha vida.