Afro-Criança

Feliz destes sete céus que enxergam a Terra de cima

Choram às lágrimas da chuva

Fecham o cenho na nebulosidade

E sorriem quando o céu esgarça as brumas

Tristes dos andantes desta Terra

Aferidos nas miúdas medidas dos próprios perímetros

Presos nas guerras das inflexões

Não sabem nada, além de conhecerem as latitudes dessas regiões

Também são felizes aqueles que não seguem retos nessa avenida

Pois sem o viés, é impossível enxergar a lua

E é comicho o pranto da curiosidade

Que espelha aos olhos, a cada misteriosa rua

Tristes os semblantes desta atmosfera

Bojudos de tanto apreciar os sabores insípidos

Irresponsáveis pelas próprias ações

Nada olham, não conhecem nem mesmo as própria feições

Pois o desplante da felicidade está no sorriso de uma afro-criança

Que vive ao consorte da miséria, mas pisa na terra da riqueza

Que role uma bola suja de barro, e exponha cada ponto de toda essa beleza

E conheçam a tal felicidade, até que ela torne-se herança

Pois as maiores respostas da vida,

devem estar bem aos olhos de uma afro-criança