A NOITE DAS ESTRELAS INCERTAS ( de "O Plasma")

Com uma das mãos

prendo o Belo

e com a outra

tento alcançar

o Sol,

mas me escapa

o Espírito

dos dedos nervosos

e só me restam

nos punhos espalmados

alguns tênues

tons de azul.

Mas, não importa.

Deito-me num canto qualquer

deste dia amarelo

esmaecido

e embaralho

de novo

as cartas.

Feiticeiras,

não quero

uma dama de copas.

O Sol

é um parafernal

redemoinho de fogo

e cores

e eu durmo,

vítima do sono,

vítima da hora,

eterno caco

da Verdade,

girando

em torno

de nada.