Ecos Ao Longe

A tosca e estridente voz que ecoa sem parar,

Na minha mente desventurada a latejar,

Erróneos ideais que fiz descambar por fim,

Das entranhas insalubres do âmago de mim.

Os fantasmas em que eu sobrevivi,

Em percalços de quimeras infantis,

Não resistirei ao tempo que antevi,

De searas ondeantes ao vento pueris.

O luar que me inundou de belas alegorias,

Na ultrajante soturnidade em que vivia,

Banhou-me de evanescentes sabedorias,

Que desfeiteei no engodo da lascívia.

Ecos ao longe que ouço sem nunca parar,

Enfatizam as sementes iníquas perseguidoras,

Que não me largam o meu triste e ledo descerrar,

Embebido em desconsoladas mágoas demolidoras.

Lisboa, 30-9-2013

Paulo Gil
Enviado por Paulo Gil em 11/08/2014
Código do texto: T4918859
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.