A PROPÓSITO DE EMILY DICKINSON

MORRI PELA BELEZA - MAS MAL EU

NA TUMBA ME ACOMODARA,

UM QUE PELA VERDADE ENTÃO MORRERA

A MEU LADO SE DEITAVA.

DE MANSO PERGUNTOU POR QUEM TOMBARA…

- PELA BELEZA - DISSE EU.

- A MIM FOI A VERDADE. É A MESMA COISA.

SOMOS IRMÃOS - RESPONDEU.

E QUAIS NA NOITE OS QUE SE ENCONTRAM FALAM -

DE QUARTO A QUARTO A GENTE CONVERSOU -

ATÉ QUE O MUSGO VEIO AOS NOSSOS LÁBIOS -

E NOSSOS NOMES - TAPOU.

Poema de Emily Dickinson, poetisa americana (1830 - 1866), traduzido por Jorge de Sena

MORRER É PARTIR DE VEZ

É DEIXAR RECORDAÇÕES

ABANDONAR A ALTIVEZ

E DESTROÇAR CORAÇÕES

MORRER É ESTRANHA CONVERSA

COM O DESCONHECIDO INCOMUM

É VER A VIDA PELA INVERSA

JUNTANDO TUDO EM UM

MORRER É O ETERNO DESCANSO

DE QUEM PENOU PELO MUNDO

É FICAR NUM LUGAR MANSO

E AO MESMO TEMPO PROFUNDO

FERREIRA ESTÊVÃO