Como?
Adiar -te para quando?
Sufocar-te no peso do peito
e na garganta apertada?
Soterrar-te em ilusões,
em doces sonhos
de amor, que choro ,
num soluço escondido,
que disfarço entre preces e versos
que me dão luz ,me dão vida,
levam embora a morte que me ronda?
Mesmo que tudo leve um século,
e que te veja lá adiante
que o grito seja liberto
e a liberdade não assuste
que preencha o meu abraço
e o coração se complete,
como adiar esse fogo,
que arde e queima meus ossos,
me consome noite e dia?
Como adiar a ânsia de amar-te?