Fome de poesia

Estruturo os mitos

que barulham em minha mente

e nem sinto, nem sentes,

que algo há entre nós de desabsoluto

relativizando entre teu amor e meus olhos.

Não me enfrente a poesia como a Platão,

pois trago os poemas na alma,

tenho-s às mãos

como se universalmente ela fosse só minha.

Mimese, mede-me o discurso,

tira-me a euforia da gula,

desepicura-me com a fome

e se não mais sou aquela criança de ontem,

que me surja, neste instante de agora, o outro homem!