A Magia Em Nós
Quando o irreal se confunde na mente submissa,
São os duendes que soltamos no jardim de cristal,
Quando sondamos o ideal roxo de beleza mistral,
São os mistérios devolutos retratados em missal,
As frias noites mágicas na longínqua lua Larissa.
Quando a magia nasce em nós primogénitos,
Ao mero sabor das lágrimas caídas de espanto,
Quando indiciávamos tanta alegria entretanto,
Caindo inglórios almejando o libertário manto,
Enredados por caminhos sórdidos e estreitos.
Quando a luz nos caiu aos pés lacerados,
De tanto procurar o espirito encoberto,
Quando a ilusão se perdeu no deserto,
Ao ver a alma partir para estado incerto,
A varinha de condão partira-se aos bocados.
A magia que vivia em mim morreu,
Na minha criança desassossegada.
Lisboa, 9-9-2013