A Magia Em Nós

Quando o irreal se confunde na mente submissa,

São os duendes que soltamos no jardim de cristal,

Quando sondamos o ideal roxo de beleza mistral,

São os mistérios devolutos retratados em missal,

As frias noites mágicas na longínqua lua Larissa.

Quando a magia nasce em nós primogénitos,

Ao mero sabor das lágrimas caídas de espanto,

Quando indiciávamos tanta alegria entretanto,

Caindo inglórios almejando o libertário manto,

Enredados por caminhos sórdidos e estreitos.

Quando a luz nos caiu aos pés lacerados,

De tanto procurar o espirito encoberto,

Quando a ilusão se perdeu no deserto,

Ao ver a alma partir para estado incerto,

A varinha de condão partira-se aos bocados.

A magia que vivia em mim morreu,

Na minha criança desassossegada.

Lisboa, 9-9-2013

Paulo Gil
Enviado por Paulo Gil em 26/07/2014
Código do texto: T4897942
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