PALAVRAS PERDIDAS

Em tudo o que olho vejo miséria!

Todos os pensamentos nobres-nenhum me resta!

Algo pode se instalar

Em minha cabeça vazia,

É só tocar uma música tola e esperar!

Os cultos e desejos religiosos

Passeiam pelos templos ignotos,

O incenso sobe pelo vazio

Chegando ao psicológico

Para causar um instantâneo elevamento!

O Instinto repele grandes notas,

Desenhando pelo céu uma grande trova,

Depois vamos contemplar

Musas em jardins suspensos

Que se banham completamente nuas no pensamento!

E várias melodias vagam turvas

Pelos ermos que se estendem formando curvas,

Basta apenas olhar

Para o firmamento

E observar elas tremendo com o vento!

E pendendo zombeteiras dos galhos das árvores,

Costureiras tolas riem tecendo obscuridades!

O sarcasmo gosta de verdade

Desses fantoches ridículos

Que imitam os que tecem conhecimento!

Com muita pressa o tempo corre desvairado,

A consumir o que sobrou de aproveitável,

Deixando no lugar

Uma cultura ridícula

Para o homem lentamente mastigar!