Ainda estou na praia, chutando o
peso da areia,
atrás da vela e do vento.
Aquele horizonte que se estica
teso, às vezes azul,
às vezes cinza, mostra um cais
em desistência, afundando na
ressaca da distância.
Desabotoo, a cada fase da lua, as
vestes dos teus sabores,
manias e segredos,
lutando contra os dedos
contrários do tempo,
que fecham brechas
aonde vislumbro
pontas das vagas
que me levarão à deriva.
O medo é esta margem
onde me deito, se quebrando
a medida que o tempo sopra,
do outro lado, o esquecimento.