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Ainda estou na praia, chutando o 
peso da areia, 
atrás da vela e do vento.

Aquele horizonte que se estica 
teso, às vezes azul,
às vezes cinza, mostra um cais
em desistência, afundando na 
ressaca da distância.

Desabotoo, a cada fase da lua, as 
vestes dos teus sabores, 
manias e segredos, 
lutando contra os dedos 
contrários do tempo, 
que fecham brechas
aonde vislumbro 
pontas das vagas 
que me levarão à deriva.

O medo é esta margem 
onde me deito, se quebrando 
a medida que o tempo sopra, 
do outro lado, o esquecimento.
MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 18/07/2014
Código do texto: T4886961
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