À vida
Por ela me dar tanto
Por me fazer buscar muito
Sem que eu derrame o pranto
Que me fez nascer sem rumo
Quero brindar aos encontros
Aos desencontros também
Agradecer aos descaminhos
Por eu me perder de alguém
Por encontrar de novo
Outro alguém sem destino
Como eu um errante
Que diz ser também amante
De uma boa taça de vinho
Pela vida que eu gasto
Pelos afetos que distribuo
Pelas minhas mãos enrugadas
Pelas noites em que durmo
Nas estrelas das calçadas
À vida
Pela dúvida que me dá
Pelas certezas que engoli
Com tanta sede de nunca estar
De onde eu nunca parti
Brindo ao clarão do dia
Ao convite que me faz sorrir
Àquela noite que já passou
Ao domingo que nunca esqueci
Pelas horas que estão passando
Pelos beijos que ainda não recebi
Brindo aos dias que ainda virão
Aos abraços que eu roubarei
Por seguir na contra mão
Dessa estrada tão marcada
Que eu mesma desenhei