VIAJANTE INTERESTELAR
Os de meu convívio
Dizem dos meus olhos:
Ora são profundos demais
Ora são vazios
Ora de vidro multicolores
Ora são olhos de morto-vivo
Ora sem alegria, sem dores!
Somos todos viajantes interestelares!
Depois que um anjo me fez esta revelação,
Não consigo viver só “rastejando no chão”,
Às vezes, deixo este corpo de carne, tão frágil
E me lanço na imensidão tão lépido, tão ágil...
Por isso, vivo por entre as gentes,
Com olhos dos seres dementes:
Ora vazios
Ora distantes
Ora de vidros de múltiplas cores
Ora tão profundos
Ora sem alegria, sem dores!
Minh’ alma embriagada
Com as belezas de alguma distante esfera,
Esquece que sua veste de carne
Na Terra, já a espera!
Para compensar minha ausência
Espero deixar como herança
Algumas dúzias de verso
Que forjei com paciência
Nas minhas andanças
Pela imensidão do Universo!