OLIMPO
E na noite que desliza em tom solene
solicita, solitário, compreensão
às estrelas que, caladas, nunca mentem;
mais fazem sentir o gosto da ilusão
No pensar que possuía em suas mãos
todo o mundo, tolo, julgando imortal
entre aplausos, o ego vencendo a razão
ergueu na alta nuvem frágil pedestal
- mas toda nuvem, um dia, chove, é natural... -
No silêncio das estrelas, o abandono
sem resposta e insatisfeito, adormece
sonha o Olimpo, acorda e já não tem trono;
mais um ''Deus'' que como mortal amanhece
OLIMPO – Lena Ferreira – jul.14