OLHOS DE UNIVERSO
No sol vespertino, deambulo pelas ruas,
Minh’alma quietinha dentro de mim:
Olhando pelas janelas dos meus olhos,
Olhos outros, em faces nuas,
Que olham como quem nada vê
Nem nada esconde,
Indo para nem sabem onde!
Min’alma assusta-se com tanta realidade nua,
Esquecendo por instantes da própria sua!
Lê-se em faces preocupadas:
“A vida é mesmo assim.”
Se certas ou se erradas,
Esse conformismo e delas e de mim,
Como elas, não sei para onde vou nem de onde vim!
Min’alma, que sou eu “de corpo e de alma”,
Agita-se toda, se inquieta,
Quase perde a calma,
Pede com urgência papel e caneta:
Acordou minha verde de poeta!
Vou colocar em verso
Esses olhos de universo!