Cidade Fantasma


Portas fechadas,
E as fachadas
Descascadas
Que a ninguém mais atraiam.

Cidade fantasma,
Profuso desfile
De miasmas
Colados às barras
Das saias rasgadas
Dos fantoches.

Archotes sem fogo,
O jogo perdido,
A ânsia em reter
Qualquer olhar,
Mesmo que inimigo.

Caminhos doridos,
A lama na sola,
A busca sem freios
Por esmolas.

Cidade fantasma,
As garras do tempo
Rasgando os momentos,
Puindo os bordados
Desmanchando as tramas
E manchando os véus.

Cidade fantasma,
Caminhos do inferno,
Via dolorosa,
As trilhas e curvas
Querendo chegar
Ao céu.



 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 30/06/2014
Reeditado em 25/01/2016
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