PANTERA NEGRA
Pantera Negra, que giras
Ao sabor do vento e da raiva
Quisera eu ser assim, atenta
Destilar do férreo ódio, a seiva
E nela afogar o inimigo, sem dó.
Fazê-lo ajoelhar-se aos poucos
E aos poucos, lentamente
Reduzi-lo a pó!
Pantera Negra, que dá
O silencioso bote letal
Quem sabe tenhas vontade
De me ensinar tua verdade
De garras rasgando carnes
Sangue de odor igual
À ternura misturada
Com os trâmites do mal!
Pantera Negra, eu que sou
Como o cordeiro imolado
Invejo tua sordidez
Teus disfarces, teus pecados
E a sesta que te faz pura
Debaixo do mesmo céu
Que me enche de amargura
E de solidão sem igual!