Condição Humana
A peste desceu à cidade,
Insalubre e coberta de esterco,
Negra de cheiros nauseabundos,
Asfixia-nos o ar fétido fedorento.
Pragas de insectos corroem tudo,
Roedores pejados de pulgas,
Pululam nos despojos.
O fedor dos dejectos,
O urinol a correr,
Pela grande via abaixo,
O lixo omnipresente,
Em todo o lado, vaza das casas.
Consumir desregradamente,
Exponencialmente em vão.
Ainda ontem violavam,
Matavam e canibalizavam,
Hoje pavoneiam-se em frente,
Do espelho narcisista,
E esperam pelo paraíso,
À tardinha no ocaso da vida.
O prazo de validade expirou,
Há muito na ilha da Páscoa,
A praga humana instalou-se,
Nesta jangada de pedra,
Tal qual um formigueiro acéfalo.
Lx, 9-8-2010