Vingança

Perdi os melhores anos da minha vida,

O ódio que queimava era grande,

Joguei fora o amor de minha esposa,

Meus filhos quase não me conhecem.

Quando tudo começou,

Era só vontade de derramar sangue,

Hoje é tudo que puder destruir...

Meus filhos crescem como assassinos,

Vivem das poucas memórias do pai,

Desejam sangue e ódio,

Sua mãe esta velha e doente,

Esperou sua vida toda pelo marido perturbado...

No escuro da noite,

Espiando meu inimigo,

Esperando por uma brecha,

Para acabar com ele.

Meus olhos de ódio,

Com os olhos de espanto dele,

Dá a noite um tom avermelhado,

Com prazer e alegria...

Triste coração de pedra,

Que é cheio de ódio,

Só que destruir,

E ver todos eles caindo...

Alguém que me fez mal,

Eu irei perseguir,

Atormentá-lo,

E terei minha vingança.

Olhe como caminho na noite,

Não pareço mais humano,

O ódio me consome,

E ele me dá o que quero.

Minhas roupas cheiram sangue,

De todos malditos que matei,

Minhas mãos só seguram laminas,

Há anos não pego nas mãos dos meus filhos,

Mas acredito que estou certo,

Olho por olho...

Meus filhos...

Crianças tristes,

Mas com um olhar frio,

Sem alma.

Nos últimos dias de vida de minha esposa,

Ela pediu para parar com o ódio,

Para as crianças cresceram boas,

Mas nesse mundo não há lugar bom...

Não preciso comer ou dormir,

Apenas me vingar,

Percebi com o tempo,

Que minhas costas encurvavam.

E aquele cabelo lindo que minha esposa adorava,

Já não existe mais,

Só uma careca com cicatrizes,

E um olhar vazio...

Depois de anos de vingança,

Ainda tenho ódio,

Pessoas para matar...

Mas minha carne esta seca,

Meus ossos quebram,

E os olhos vazios,

Quase não enxergam.

Como eu já esperava,

Morro sozinho em uma caverna,

A dor da morte é insuportável,

Como eu já sabia...

Levado para o mais fundo escuro,

Onde uma dama me castiga,

Com um olhar lindo ela me condena...

Então mergulhado em meu próprio ódio,

Eu me afogo,

Tentando respirar em vão.

Mas do mais profundo escuro,

Posso ver meus filhos...

Que seguem os passos do pai,

Com ódio e sangue,

São frios e calculistas...

Como o pai foi.

Cristiano Siqueira 28/06/14

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cristiano siqueira
Enviado por cristiano siqueira em 28/06/2014
Código do texto: T4861507
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