Amargos Doces
Mexia o tacho com presteza,
Jogava a massa sobre o mármore
E quando ela esfriava,
Enrolava os docinhos
Na palma das mãos amanteigadas.
Sem cerimônia, os confeitava
Com salpicos de morte e ciúmes,
Ressentimento e despeito,
Desejos de vingança e inveja.
Depois, com um sorriso jocoso,
Oferecia aos inocentes
Em uma bandeja cheia de cores,
O fruto da sua obra-prima.