Alcova fosca

Alcova fosca

Nossa alcova está inaudível, mas tece

e penetra no crepúsculo e faz o estado.

Perde a consciência sentimental, prece

precisa o pobre diabo de longe sentado.

Teve um fruto brotando um bicho horrível

medita e toca meu espectro assustado.

Chego e faço esforço forte e aplausível

com um pedaço de pau duro e imantado.

Minha trama cinge minha gema forte

e noto ainda outro olho no teto fosco.

Fecho o cadeado e iço a tremer sem norte

outra mureta levanta e brota outro tosco.

Caldo de enxofre molha e morde o pescoço

noto sede vegetal e um agressivo ardor.

Ver agora o diabo meu Deus!!! Treme o osso

no aposento eu ouço um místico alvoroço.

O NOVO POETA. (W.Marques).