Resguardo na Madrugada

O peso parecia pressionar as costas. O mundo num músculo, juro. Débil debilitação não fosse a conduta, pois enquanto força, ela escraviza a nuca.

-Não! Já disse que não! Não olharei para trás. Fiz juras sobre a lágrima que passado o tempo petrificou. Notei os respingos em gelo. Prometi a mim; - Não teria o mesmo fim!

Sempre haverá uma ou tantas outras portas

A luz piscava, azul florescente como a de um bordel cheia de efeitos, a seta apontava: “Saída”

Devo parir

Parir,

Novos roteiros desconexos, que na dialética num raciocínio perfeito é tido como sem jeito.

Parir,

Uma nova forma de busca de mim, ciente que a dúvida persistirá até o fim.

Parir por prazer em parir, novos conceitos, que do velho emaranhou-se em mofas teias

Parir...

E do que era oco, sem osso, delirar com a placenta visionária, agora ensanguentada

Enfim, manca, muda. Devorada pelo verbo alivio (...) parir.

Pari, vejam!

Rasgada foi a carne, que vezes arremete a fera, doida esfera. Outras, muitas vezes, entope a veia lasciva implodindo o cérebro.

Sandra Frietha
Enviado por Sandra Frietha em 26/06/2014
Reeditado em 07/07/2014
Código do texto: T4858824
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