DIÁRIO DE UM ANARQUISTA
Vou queimar os livros
Destruir as bibliotecas
Enterrar meu e-book no lixão
Vou furar a fila
Atravessar a rua fora da faixa
Morder tua língua
Transar contigo na praça
Não vou usar colete
Vou tomar o metrô sem bilhete
Trepar sem preservativo
Arrancar o smartphone do teu ouvido
Vou Sonegar o dízimo
Destruir o carnê do iptu
Rasgar a roupa
Vou ficar nu
Nada sei da inflação
Nem da corrupção
Não quero saber nada
De nada
Vou subir o morro
E se morro ou corro
A quem pedir socorro?
Tenho medo de elevador
Vou pela escada
Não vou me alfabetizar
Pra morrer ignorante
Vou rasgar a habilitação
Vou tirar o meu implante
Não quero saber mais nada
Nada.