Flor da viração

E eu bem digo ao ver tua face bela:

"Querida e doce donzela,

Por que tremes... É d'amor?...

Ou bem seriam suspiros de medo,

Ao levar algum segredo,

Entre as ramas desta flor?..."

O jasmineiro um abraço te dá,

Antes que a brisa se vá,

Pelas aras do sertão...

E estertorada minha voz ecoa,

Como as folhas da lagoa,

Que morreram de paixão!...

Ou seriam frágeis, tenras visões,

De passados corações,

Encarnados nesta dor?...

A brisa que nos beija a face plena,

Traz consigo a flor amena,

D'algum sonho encantador...

E o beija-flor que transpunha desejo,

Dos lábios teus furta um beijo,

Aos olhos do trovador...

Pois tu és como a flor da viração;

Ao invés de brisas — paixão,

E por raízes — o amor...

13 de junho de 2014.