Verdades claras, radioativas

Radiante, espalha suas pétalas

pelo azul do céu e eu, deslumbrado,

assisto ao gesto deste azul celeste cair

no abismo

de doces desesperanças

como um dicionário

que mesmo completo, nada diz.

E pastoreio minhas palavras

como quem escreve sem vírgulas.

Sinta o som das vírgulas ao vento! Antecedem pontos.

Penumbra de sonhos impregna o intelecto

dos miseráveis que alçam vôos em suas vírgulas letárgicas.

Sobem, sucintamente.

Alcançam tons, semitons, maravilhas alvas,

claras, raras, aras e aras e aras.

Aram livros desertos

com arados movidos ao vento que move vírgulas mudando sentidos.

Trocando dizeres de mudo a ditos.

Os não dito se espalha, radiante,

verdades radioativas.

Paulo Henrique Mai
Enviado por Paulo Henrique Mai em 12/06/2014
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