Alienados

Jantares corridos,

Sob silêncios enaltecidos,

Encarcerados para sempre,

Cativos pelo Luar,

Vozes ecoam a soar,

Fora de abrigos,

São chilreios entristecidos.

Acordo embriagado,

Pela cabeça pendurado,

Degolado para sempre,

Puzzle dum último patamar,

Esquecido para amar,

Desprotegido sem afago,

Vestiram-me de camuflado.

Sons dum rio a chapinhar,

Avivam-me como um troar,

Por mim desfalecido chamam,

Andorinhas vagueiam nas margens,

Os campos parem verdes vagens,

Dissolvo-me em fétido ar,

A Natureza insiste em me purificar.

Lx, 13-4-1995

Paulo Gil
Enviado por Paulo Gil em 10/06/2014
Código do texto: T4840223
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