Passageiro
Sou passageiro de um trem, um trem cheio de janelas, de um lado eu vejo o mal, do outro o bem.
Esse trem tem assentos de borracha e o chão de azulejo, azul pra combinar com o céu, o teto é de vidro, e as janelas são de mármore da cor de mel
Tem ruas e bosques, e anjos a bordo, ele atravessa as nuvens, ao encontro das estrelas, ele passa oceanos em busca de sereias
Mas em meio à multidão ele some, e no cair do crepúsculo reaparece
E como magia, estou mais uma vez a bordo, onde posso ir a qualquer lugar, visitar qualquer momento, mergulhar nas lembranças e viajar em pensamentos
Não existe espaço ou tempo em que eu não possa estar
Sou o vento a assoprar, o Sol a iluminar, sou a agua a transbordar
Sou o fogo na escuridão, sou a voz da multidão
Sou o centro do meu mundo, sou o labirinto dos vagabundos
E nessa viagem que a cada nascer do sol chega ao fim e recomeça a cada dia
Onde eu preciso viajar, embarcar nessa onda de sonhos, que me liberta deste mundo que insiste em me aprisionar.