Silencium (As Dores do Fim)
Silencium (As Dores do Fim)
Adornei minha alma a espera da passagem,
Suavemente fui deixando o vento me tocar.
Pois em meu interior há uma mística viagem,
Lugar perdido nos sonhos, um espaço de paz.
Eu tenho sonhado contra o fluxo da natureza,
Regando-me e florescendo como um jardim.
Respiro o milagre que cada dia faz descender,
Que o ar me sustente além de toda fronteira.
Repentinamente eu disparo em direção ao fim,
Por que o fim de todas as coisas parece melhor.
Encontrando recomeços além da compreensão,
Vou brilhar ao anoitecer nos olhos dos homens.
E talvez no fim apenas a minha luz permaneça,
Eu espero estar perto para ver o destino mudar.
Quando a terra por inteira estiver em silêncio,
Nesta hora os sonhos não terão mais significado.
Os homens perceberam o fim do canto das aves,
E uma grande murmuração encheu seus corações.
Ainda há esperança enquanto há cores no escuro,
Mas o silêncio que aniquila mantém o vazio da dor.
Mas, por amor...
A minha luz permanece por minha misericórdia.
Ainda que o silêncio conserve a dor.
Victor Cartier