Silencium (As Dores do Fim)

Silencium (As Dores do Fim)

Adornei minha alma a espera da passagem,

Suavemente fui deixando o vento me tocar.

Pois em meu interior há uma mística viagem,

Lugar perdido nos sonhos, um espaço de paz.

Eu tenho sonhado contra o fluxo da natureza,

Regando-me e florescendo como um jardim.

Respiro o milagre que cada dia faz descender,

Que o ar me sustente além de toda fronteira.

Repentinamente eu disparo em direção ao fim,

Por que o fim de todas as coisas parece melhor.

Encontrando recomeços além da compreensão,

Vou brilhar ao anoitecer nos olhos dos homens.

E talvez no fim apenas a minha luz permaneça,

Eu espero estar perto para ver o destino mudar.

Quando a terra por inteira estiver em silêncio,

Nesta hora os sonhos não terão mais significado.

Os homens perceberam o fim do canto das aves,

E uma grande murmuração encheu seus corações.

Ainda há esperança enquanto há cores no escuro,

Mas o silêncio que aniquila mantém o vazio da dor.

Mas, por amor...

A minha luz permanece por minha misericórdia.

Ainda que o silêncio conserve a dor.

Victor Cartier

Victor Cunha
Enviado por Victor Cunha em 06/06/2014
Código do texto: T4835137
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