Paixões Perdidas

Quantas palavras perdidas não ditas ou ditas sem pensar, no calor da hora, na hora do absurdo, no silêncio escuro, no escuro das horas claras, em noites serenas, os amores mortos, as flores vivas, as amoras amargas, quantas paixões reprimidas difíceis de olvidar, no cigarro aceso engasgado, no momento inesperado, inabalável, na janela do quarto entreaberta, no gozo do corpo, no escarro, na curra, na espera inesperada de alguém, quantas paixões perdidas, nas mordidas nos punhos, na cólera do corpo, nas coleiras dos cães pela rua, nos beijos roubados. Tenho amor por tudo isso e desprezo ao mesmo tempo.

Alves Rosa
Enviado por Alves Rosa em 27/05/2014
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