Paraísos Paralelos
Vivo no paralelo dos para-raios sem parar nos pares sem par na contramão em paraísos fiscais procurando o impossível dos impostos imposto a marra na mirra indivisível do ser sou o que posso ser enquanto carros correm nos corredores eu corro sem direção de encontro aos encontros marcados ao acaso entre muros e morros um murro eu morro no escuro escorro por entre a cidade nas poças nos poços nas praças na política na polícia enfardada na bossa nova que é velha nos anúncios de refrigerante no ar refrigerado que queima os pulmões invade o peito como o cigarro nos escarros nos beijos das bocas entreabertas entre jornais amassados novos com notícias velhas paredes pintadas asfalto quente procurando para mim para sempre um paraíso paralelo.