Flor de Cacto

é do deserto que me deixas que se abrem as linhas,

árduas dunas de sede e areia em chão mártir de ventos,

sacrificando pegadas silentes

meu telhado, duas palmas protegendo a alma do sol noturno

meus lábios trincados, retalhados de luz

lábios expatriados

de um verbo que se move

molhado

espocam estrelas atiradas em horizontes desidratados

por baixo das pálpebras arreadas

a noite dá miragens ás retinas

circulando alucinógeno

ao lembrar-me flor desabrochando no teu corpo

nos instantes em que me acolhes

e ao mesmo tempo me espinha

MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 26/05/2014
Código do texto: T4820957
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.