Imagem que não é imagem
é apenas miragem
A viagem que não termina.
O correr da paisagem.
O tempo de ampuletas vazias.
Areias fofas a engolir os pés.
As pegadas apagadas por ondas
efêmeras...
Meu corpo carregando sentimentos
dúbios e híbridos.
Não há ser.
Há um deserto imenso.
Verticalmente horizontal.
Tudo é ameaça... é mero vestígio.
É passado requentado.
Onde as brumas
evidenciam ausências.
As reticências recitam
lirismo vira-lata.
Mas sigo minha trilha
implacavelmente,
Inexoravelmente.
Chego pontualmente.
Guardo feras civilizadas
em ressentimentos contemporâneos.
Guardo afetos velhos e mofados.
A contaminar emoções mornas.
Não consigo fingir.
Meu corpo não é ator.
É autor de minha saga.
Maneja sabres e poemas.
Insultos e elogios.
Simultaneos e confusos.
Não tenho compromisso
com a lógica.
Nem com a metafísica.
Fujo da dialética.
Da semiótica e da gramática.
A métrica me persegue
com infinito das paralelas.
E na trama engraçada.
Faço esquemas aleatórios.
De contas certeiras.
Com olhar quarenta e quatro.
Miro o inimigo com a ironia
bêbada.
Tão prosaica como vulgar.
Miro no inimigo e acerto
o improvável.
Mas quem sabe...
O certo é o errado.
Ou errado é o certo...
Meu pensamento é nau entre mares.
Desconhecidos e profundos.
Fibrilam batimentos cardíacos.
Rimam desnecessariamente.
Com a cor de sua pele.
Não posso encontrar-lhe.
Estou numa encruzilhada
emaranhada definitivamente.
Presa à uma logística
de envelhecimento.
Agora a razão toma calma
o chá das cinco.
É quase noite.
Abortam-se os dias.
Os sóis esquecidos.
Abortam-se os prazeres.
Da costa recortada a mostrar
o dorso da alma.
Você está aqui e em nenhum lugar.
Ao mesmo tempo.
Sua geografia é incerta.
Sua geometria é incontida.
Sua geoetnia é tingida.
Adquirida e mal sinada.
Há mais arestas do que planos.
Visto por dentro.
Tudo é menor.
Resta apenas a certeza
de que muitas incertezas
se multiplicarão.
As dúvidas,
as angústias
e principalmente
os versos.
é apenas miragem
A viagem que não termina.
O correr da paisagem.
O tempo de ampuletas vazias.
Areias fofas a engolir os pés.
As pegadas apagadas por ondas
efêmeras...
Meu corpo carregando sentimentos
dúbios e híbridos.
Não há ser.
Há um deserto imenso.
Verticalmente horizontal.
Tudo é ameaça... é mero vestígio.
É passado requentado.
Onde as brumas
evidenciam ausências.
As reticências recitam
lirismo vira-lata.
Mas sigo minha trilha
implacavelmente,
Inexoravelmente.
Chego pontualmente.
Guardo feras civilizadas
em ressentimentos contemporâneos.
Guardo afetos velhos e mofados.
A contaminar emoções mornas.
Não consigo fingir.
Meu corpo não é ator.
É autor de minha saga.
Maneja sabres e poemas.
Insultos e elogios.
Simultaneos e confusos.
Não tenho compromisso
com a lógica.
Nem com a metafísica.
Fujo da dialética.
Da semiótica e da gramática.
A métrica me persegue
com infinito das paralelas.
E na trama engraçada.
Faço esquemas aleatórios.
De contas certeiras.
Com olhar quarenta e quatro.
Miro o inimigo com a ironia
bêbada.
Tão prosaica como vulgar.
Miro no inimigo e acerto
o improvável.
Mas quem sabe...
O certo é o errado.
Ou errado é o certo...
Meu pensamento é nau entre mares.
Desconhecidos e profundos.
Fibrilam batimentos cardíacos.
Rimam desnecessariamente.
Com a cor de sua pele.
Não posso encontrar-lhe.
Estou numa encruzilhada
emaranhada definitivamente.
Presa à uma logística
de envelhecimento.
Agora a razão toma calma
o chá das cinco.
É quase noite.
Abortam-se os dias.
Os sóis esquecidos.
Abortam-se os prazeres.
Da costa recortada a mostrar
o dorso da alma.
Você está aqui e em nenhum lugar.
Ao mesmo tempo.
Sua geografia é incerta.
Sua geometria é incontida.
Sua geoetnia é tingida.
Adquirida e mal sinada.
Há mais arestas do que planos.
Visto por dentro.
Tudo é menor.
Resta apenas a certeza
de que muitas incertezas
se multiplicarão.
As dúvidas,
as angústias
e principalmente
os versos.